
Fernando Papito
Atualizado em
21 de fevereiro de 2024
Publicado em21 de fevereiro de 2024
14 de fevereiro de 2024
Automação de Testes
Fernando Papito
Automação de Testes
Lá nos anos 90, todos os dias na hora do almoço, minha velha TV de tubo era palco de risadas garantidas. Era o momento sagrado de sintonizar no SBT e curtir o Chaves. Para mim, isso virou quase um ritual, um hábito que nunca perdi, mesmo assistindo aos mesmos episódios repetidas vezes.
E olha só, essa paixão não enfraqueceu com o tempo, só ficou mais forte. Até hoje, continuo a almoçar enquanto me divirto com as confusões da turma da vila. E a melhor parte? Minha filhota de 4 anos também entrou na onda, o que torna tudo ainda mais especial. Juntos, compartilhamos risadas e aquela gostosa nostalgia desses momentos tão marcantes.
Entre os episódios que mais marcaram minha memória, há um em particular que sempre me faz rir. É aquele em que o Professor Girafales, com seu jeito sério e sempre educado, desafia o Chaves com uma simples pergunta:
"Se eu tenho 4 laranjas, e como uma, quantas me sobram?"
O Chaves, como de costume, se enrosca na resposta, afirmando que é muito fácil, mas no final, revela que só sabe fazer essa conta com maçãs. É um momento hilário que me faz rir sempre que assisto. Mas, o que essa cena tem a ver com tecnologia, especialmente com automação de testes?
Minha intenção com esta postagem é destacar os riscos da automação de testes quando feita de maneira inadequada. Então, bora porque já chegou o Disco Voador!
Se você está iniciando sua jornada no mundo da automação de testes, ou até mesmo se já está nesse universo há algum tempo, é provável que já tenha ouvido a frase: "QA não precisa saber programar".
🤖 Quando estamos iniciando na automação de testes é comum dar atenção apenas nos frameworks e deixar de lado os fundamentos da programação.
Por exemplo, ao tentar automatizar um teste para um formulário, você começa a chutar seletores e comandos, na esperança de que o teste funcione. Até que finalmente, depois de muitos chutes, com uma gambiarra, você faz o teste passar, e na sua cabeça, você acredita que aprendeu a fazer isto.
O problema é que se o contexto for um pouco diferente, e você tentar automatizar um teste para uma aplicação web que não tem IDs, ou em um ambiente de testes complicado, você vai travar e começar a jogar o código do HTML em grupos de WhatsApp pedindo ajuda (não que isso seja errado). Mas resumindo, você aprendeu a automatizar em um contexto muito específico. Porque você só sabe automatizar se for um teste de login, se tiver ids, ou classes fáceis. Se for algo diferente disto, você trava. É como o Guitarrista, que acredita que aprendeu a tocar, mas se você mudar o tom da música, ou tentar improvisar, ele se perde. E é como o Chaves: Aprendeu a subtrair em um contexto com Maçãs, mas quando mudou um ponto, já não foi capaz. Você se tornou inflexível, aprendeu algo apenas no seu ambiente controlado.
Não basta apenas memorizar as funções do Cypress ou Playwright, os métodos do Selenium ou as palavras-chave do Robot Framework; é fundamental compreender, no mínimo, os conceitos básicos de programação!
Não adianta simplesmente inspecionar um elemento, clicar com o botão direito do mouse, copiar o XPath ou o CSS Selector pronto, se não houver compreensão dos fundamentos de HTML, CSS e JavaScript. Sem esse conhecimento básico, é quase certo que seus testes automatizados falharão em pouco tempo.
Decorar requisições GET, POST, PUT e DELETE não é suficiente se não houver uma compreensão sólida de como uma API REST realmente funciona!
Em outras palavras, automatizar testes sem possuir pelo menos uma compreensão básica de programação é equivalente a ser um Testador Chaves.
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Abraços,
Fernando Papito
https://www.linkedin.com/in/papitoio/
Inspirado no artigo "O programador Chaves" do @matheuspazinati
#QAx #TestesDeSoftware #NãoSejaQAChaves